quinta-feira, 30 de julho de 2015

Comunicação Eficiente de Argumentos

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Terminamos aqui nosso Curso de Raciocínio Analítico para concursos. No Blog, postamos os conceitos mais importantes de cada tópico. Já os exercícios resolvidos, estão disponíveis gratuitamente no site.

Comunicação Eficiente de Argumentos



A lógica nos permite organizar nossas idéias e ver com maior clareza se podemos chegar às conclusões às quais acreditamos poder chegar, a partir de nossas idéias. O pensador crítico exige a coerência que a lógica fornece mas reconhece seus limites. Para pensar criticamente, é necessário ser perspicaz, enxergar além da superfície, questionar onde não há perguntas já formuladas e ver facetas que outros não estão considerando.

Ao formular argumentos, é possível distinguir alguns elementos explícitos, que aparecem claramente, e implícitos, que não estão descritos claramente no texto, mas podem ser subentendidos. Os elementos implícitos precisam ser decodificados pelo pensador crítico. São considerados elementos implícitos de um argumento:

as premissas subjecentes, os pressupostos semânticos, as ideias subentendidas, o significado social e a intertextualidade.

Premissas subjecentes

Premissas subjacentes são idéias necessárias para compreendermos adequadamente o significado das comunicações e cuja descoberta exige uma análise daquilo em que o autor baseou seu raciocínio.



Dizem que o pessoal do TCU é muito competente, mas João tem se saído muito mal.

Para que o argumento seja coerente, a premissa subjacente é que João é do TCU.


Pressupostos semânticos


Pressupostos semânticos são idéias não expressas explicitamente mas, de alguma forma, contidas no próprio significado das palavras. 



Desde que fiquei viúva, moro sozinha

Pela definição de viúva, é possível deduzir que ela era casada e que seu marido morreu. Como mora sozinha, deduz-se também que não voltou a casar.


Ideias subentendidas


Idéias subentendidas de comunicações referem-se àquelas não faladas explicitamente que, por uma questão de costumes sobre o uso linguagem, fazem parte íntegra das afirmativas em questão. 



Eu não acredito que você, uma pessoa tão sensata, se filiou ao sindicato.

Subentende-se aqui que o autor é contrário à sindicalização.



Você ainda acha que o atual presidente é bom, mesmo depois da CPI.

Fica claro que o autor não acha que o presidente seja bom e que a CPI influenciou a sua opinião.



Não tem problema me ligar de madrugada, nesse horário não faço nada, só durmo mesmo.

Dependendo de como foi expresso, pode conter ironia e a ideia subentendida que este é um horário impróprio para telefonemas.


Significado social


Algumas palavras e expressões são utilizadas de forma diferente do conceito formal (aquele do dicionário), o que pode revelar um significado social mais amplo dotado de regionalismos, gírias e senso comum.


Nesse sentido, é importante diferenciar denotação de conotaçãoDenotação representa o significado de uma palavra ou expressão mais próximo do seu sentido literal. Sentido real, denotativo. Já conotação refere-se ao sentido mais geral que se pode atribuir a um termo abstrato, além da significação própria. Sentido figurado, metafórico.



Os donos soltaram os cachorros para que eles pudessem passear na fazenda.


Eles soltaram os cachorros quando perceberam que foram enganados!




Você diria que a expressão “soltaram os cachorros” foi empregada com a mesma intenção nas duas orações? Na primeira, a expressão “soltaram os cachorros” foi utilizada em seu sentido literal, isto é, no sentido denotativo, pois de fato os animais foram liberados para passear. E na segunda oração? Qual sentido você atribuiu à expressão “soltaram os cachorros”? Provavelmente você percebeu que ela foi empregada em seu sentido conotativo, pois naquele contexto representou que alguém ficou bravo e acabou se exaltando, perdendo a paciência.



Geralmente, a conotação é empregada em uma linguagem específica, que não tenha compromisso em ser objetiva ou literal. Ela é muito encontrada na literatura, que utiliza diversos recursos expressivos para realçar um elaborado trabalho com a linguagem. Nos textos informativos, por exemplo, a conotação dá lugar à denotação, pois a informação deve ser transmitida da maneira mais clara possível, para assim evitar interpretações equivocadas e o efeito de ambiguidade.

Intertextualidade


Por intertextualidade entende-se a criação de um texto a partir de outro pré-existente. A intertextualidade pode apresentar funções diferentes, as quais dependem muito dos textos/contextos em que ela é inserida, ou seja, dependendo da situação. Exemplos de obras intertextuais incluem: alusão, versão, plágio, tradução, pastiche e paródia.


Evidentemente, o fenômeno da intertextualidade está ligado ao "conhecimento do mundo", que deve ser compartilhado, ou seja, comum ao produtor e ao receptor de textos. O diálogo pode ocorrer ou não em diversas áreas do conhecimento, não se restringindo única e exclusivamente a textos literários.


Na publicidade, por exemplo, em um dos anúncios do Bombril, o ator veste-se e posiciona-se como a Mona Lisa de Leonardo da Vinci, sob o slogan "Mon Bijou deixa sua roupa uma perfeita obra-prima". Assim sendo, o leitor é levado a acreditar que o produto deixa a roupa bem macia e mais perfumada, ou seja, uma verdadeira obra-prima (se referindo ao quadro de Da Vinci). Nesse caso, pode-se dizer que a intertextualidade assume a função de não só persuadir o receptor como também de difundir a cultura, uma vez que se trata de uma relação com a arte (pintura, escultura, literatura etc).




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